Washington — O temor de que a al-Qaeda tenha desenvolvido uma “nova geração” de bombas não-metálicas indetectáveis nos aeroportos fez com que os Estados Unidos endurecessem o controle de segurança em voos ao país. Com a mudança, passageiros com destino ao território americano poderão ter que deixar o celular ou o computador para trás ou serem impedidos de embarcar caso o aparelho esteja descarregado. As novas diretrizes foram anunciadas pelo Departamento de Transporte americano e devem começar a valer em poucos dias, no primeiro estágio aplicadas a voos provenientes de Europa e Oriente Médio.
Triagem adicional
“Se o seu equipamento não ligar, ele não terá a entrada permitida na aeronave”, adverte o comunicado do Departamento de Transporte americano. “Durante o exame de segurança, os agentes também poderão pedir que os proprietários liguem alguns dispositivos, incluindo telefones celulares. O viajante pode passar por uma triagem adicional”.
A nota não esclarece o que será feito com os aparelhos retidos — se serão descartados ou armazenados no aeroporto, por exemplo — ou a duração da medida de segurança adicional, que deve entrar em vigor no domingo. Com isso, passageiros poderão ter inspeções extras a calçados e eletrônicos e passar mais vezes pelos detectores de vestígios de explosivos. Em alguns casos, também haverá mais uma etapa na triagem em portões de embarque.
Segundo o secretário americano de Segurança Interna, Jeh Johnson, a nova medida tentará reduzir os riscos em aeroportos no exterior. Por enquanto, elas não serão implantadas nos terminais domésticos americanos, e ainda não se sabe que outras regras poderiam ser estabelecidas para governos estrangeiros, companhias aéreas e empresas de segurança privada. Washington tem autoridade legal para incentivar governos estrangeiros a aumentarem os controles nos aeroportos, caso eles tenham rotas aéreas diretas para as cidades americanas.
Em outubro do ano passado, a Agência Nacional de Aviação dos Estados Unidos flexibilizou o uso de dispositivos eletrônicos portáteis a bordo de aeronaves durante a decolagem e pouso, até então proibida. A única exigência é de que os passageiros usem seus tablets, telefones e e-books em modo avião, o que impede as chamadas ou a conexão à internet.
Fonte: O Globo